Saúde recomenda sala de vacinação exclusiva para criança e rejeita drive-thru
O Ministério da Saúde recomenda a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid em crianças de 5 a 11 anos em salas exclusivas. Além disso, para o público infantil, a pasta diz que deve ser evitado o sistema drive-thru.
A orientação do ministério é que as crianças sejam separadas de ambientes onde são usados imunizantes de outras marcas ou em apresentação distinta, para adultos, no caso da Pfizer.
A imunização dessa faixa etária entrou no plano nacional de vacinação do ministério nesta quarta-feira passada.
O detalhamento está em nota técnica da pasta divulgada sobre o tema e segue a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“As vacinas devem ser aplicadas seguindo integralmente as recomendações da Anvisa”, afirma o documento.
Quando a vacinação ocorrer em comunidades isoladas, como nas aldeias indígenas, a recomendação é que seja feita em dias separados de adultos.
Além disso, a imunização deve começar após treinamento completo das equipes de saúde que farão a aplicação das doses nas crianças.
A justificativa é que a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do imunizante.
A nota técnica mostra que o estudo da Pfizer apresentado à Anvisa não observou eventos adversos graves associados à vacinação.
Já em outro estudo nos Estados Unidos, com a aplicação de 8,7 milhões de doses, houve cem eventos adversos graves, como febre, vômitos, e somente 15 relatos preliminares de miocardite.
A orientação também é que as crianças sejam acolhidas e permaneçam no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação, facilitando assim que sejam observadas durante esse período.
A vacina contra Covid não deve ser administrada em crianças na mesma ocasião em que elas recebam outro imunizante. A recomendação é que haja um intervalo de 15 dias entre a vacina contra o coronavírus e imunizantes para outras doenças.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta que crianças de 5 a 11 anos receberão a vacina da Pfizer para a Covid-19 sem a necessidade de apresentação de prescrição médica.
A recomendação da pasta é que a imunização comece por menores com comorbidade, deficiência permanente, indígenas e quilombolas. Os quatro grupos são norteados por dispositivos legais.
Em seguida, a pasta recomenda que sejam vacinadas crianças que vivem com pessoas de grupos considerados de risco.
Na sequência, haverá um escalonamento por faixa etária, começando pelos mais velhos. A vacinação não será obrigatória. A previsão é que o público infantil comece a ser vacinado no dia 14 de janeiro.
A pasta anunciou ainda que deve receber até março ao menos 20 milhões de doses pediátricas da Pfizer contra a Covid, suficientes para imunizar cerca de metade da população de crianças de 5 a 11 anos.
O governo espera receber 3,7 milhões de doses até o fim de janeiro. As unidades serão distribuídas de forma proporcional para os estados e o Distrito Federal, responsáveis pela aplicação do imunizante.
PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
A vacinação deve ser iniciada após treinamento completo das equipes de saúde que farão a aplicação da vacina
Deve ser realizada em ambiente específico e segregado da vacinação de adultos
A vacinação de crianças nas comunidades isoladas, por exemplo nas aldeias indígenas, sempre que possível, deve ser feita em dias separados da vacinação de adultos
A sala da aplicação de vacinas em criança deve ser exclusiva para a aplicação dessa vacina, não sendo aproveitada para a aplicação de outras vacinas, ainda que pediátricas
A vacina contra Covid-19 não deve ser administrada de forma concomitante a outras vacinas do calendário infantil, por precaução, sendo recomendado um intervalo de 15 dias
A vacinação das crianças de 5 a 11 anos em postos de vacinação na modalidade drive-thru deve ser evitada
As crianças devem ser acolhidas e permanecer no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação
Os profissionais de saúde, antes de aplicarem a vacina, devem informar ao responsável que acompanha a criança sobre os principais sintomas locais esperados
Os pais ou responsáveis devem ser orientados a procurar o médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina
Os profissionais de saúde, antes de aplicarem a vacina, devem mostrar ao responsável que acompanha a criança que se trata da vacina contra a Covid
As crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose devem receber a dose pediátrica
Os centros, postos de saúde e hospitais infantis devem ser treinados para atender e captar eventuais reações adversar em crianças de 5 a 11 anos, após tomarem a vacina. (Raquel Lopes – Folhapress)