EUA decretam emergência de saúde pública por varíola dos macacos
A varíola dos macacos é uma emergência nacional de saúde pública nos Estados Unidos, decretou o governo Joe Biden nesta quinta-feira (4).
O decreto de emergência, anunciado pelo secretário de Saúde, Xavier Becerra, na prática libera verbas de emergência e dá às agências federais a possibilidade de fazer contratações emergenciais de funcionários, vacinas e remédios.
De 18 de maio até agora, os EUA somam 6.617 casos confirmados da doença, sem nenhuma morte. A decisão vem depois que os estados de Nova York, Califórnia e Illinois, onde ficam as três maiores cidades do país, declararam emergência nos últimos dias. Esses três estados concentram 46% dos casos confirmados nos EUA, seguidos de Texas, Flórida e Geórgia.
“Estamos preparados para elevar nossa resposta ao vírus a outro nível, e clamamos que cada americano leve a varíola dos macacos a sério”, disse Becerra a jornalistas.
Há uma preocupação quanto a quantidade e disponibilidade de vacinas no país. Só há um imunizante autorizado pela FDA, o órgão equivalente à Anvisa, e o governo anunciou na última semana que distribuiria 1,1 milhão de vacinas, o equivalente para imunizar 550 mil pessoas –o que tem provocado críticas de que o governo Biden não tem feito esforços suficientes para aumentar a oferta.
A Casa Branca diz ainda que tem capacidade para fazer 80 mil testes da doença por semana.
Segundo o portal Our World in Data, da Universidade de Oxford, até quarta-feira (4), foram confirmados 26.073 casos de varíola dos macacos em 83 países. A doença já é considerada emergência global em saúde pela OMS desde 23 de julho.
Apesar de elogios da área da saúde, que pressionava Biden pelo decreto de emergência nacional, o ato desta quinta-feira pode trazer certo constrangimento político ao democrata, que também faz pressão para o governo para declarar a violência armada e o acesso ao aborto como emergências de saúde pública.
A varíola dos macacos é causada por um vírus do gênero orthopoxvirus. Os sintomas iniciais da doença são principalmente dores no corpo, febre, mal-estar e cansaço. Depois, os doentes apresentam lesões no corpo em formato de bolhas.
Em maio, quando ocorreu a disseminação do patógeno em regiões não endêmicas (até então, era um vírus endêmico na África central e ocidental), como na Europa e nos Estados Unidos, que o alerta disparou pelo mundo.
(Thiago Amâncio – Folhapress /Foto: A7 Press/Folhapress)