A verdade por trás da agenda Anti-Carne: Ciência, Política e Sustentabilidade nos Grandes Eventos

A verdade por trás da agenda Anti-Carne: Ciência, Política e Sustentabilidade nos Grandes Eventos

Artigo por Diogo Luchiari Fructuoso, Sócio e Chief Marketing Officer Agronegócio da Macfor

É INACEITÁVEL a forma como autoridades internacionais ignoram a ciência agrária em prol de agendas políticas travestidas de sustentáveis.

À medida que os Jogos Olímpicos de Paris 2024 se aproximam, nota-se uma clara intenção de redefinir a alimentação nos grandes eventos: reduzir drasticamente a oferta de carne. Como especialista em agronegócio, não posso deixar de questionar essa agenda que, a meu ver, peca por negligenciar aspectos fundamentais da ciência e da realidade social global.

Recentemente, figuras como Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, e Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador, têm promovido essa nova política alimentar. O que parece claro é que esta não é apenas uma estratégia para sustentabilidade, mas uma “Agenda Anti-carne”, com intenções que vão além das preocupações ambientais e parecem servir interesses específicos.

O argumento de que a proteína animal é a principal culpada pelo aquecimento global é, em minha análise, uma falácia já desmentida por estudos científicos robustos. As pastagens, quando geridas corretamente, são capazes de sequestrar carbono de maneira eficaz, algo frequentemente omitido nas narrativas predominantes.

Decidir cortar a oferta de carne nos Jogos sob o pretexto de reduzir a pegada de carbono é uma medida que considero redutora e potencialmente prejudicial. O foco unilateral em soluções “verdes” muitas vezes ignora a complexidade das cadeias de suprimento global e as necessidades nutricionais de diversas populações. Para muitos ao redor do mundo, a carne não é apenas uma opção alimentar, mas uma necessidade acessível e vital.

Os Jogos Olímpicos deveriam ser um palco para promoção da paz e união, mas também de diálogo honesto e fundamentado sobre sustentabilidade. As decisões tomadas devem ser baseadas em evidências científicas sólidas e levar em conta todos os impactos sociais e econômicos. Como profissional comprometido com a verdade e a ciência, não posso apoiar uma política que, sob o manto da sustentabilidade, falha em considerar a realidade complexa do nosso sistema alimentar global.

A sustentabilidade verdadeira requer mais do que políticas populares; exige um compromisso com a equidade, a ciência e o bem-estar humano em todas as suas formas. É fundamental que repensemos tais agendas para assegurar que não só reduzamos as emissões de carbono, mas também promovamos o acesso a uma alimentação adequada e nutritiva para todos.

Mais sobre Diogo Luchiari Fructuoso, Sócio e Chief Marketing Officer Agronegócio da Macfor

Diogo Luchiari é Sócio e Chief Marketing Officer Agronegócio da Macfor, agência de marketing digital full service. Engenheiro agrônomo formado com distinção pela UNESP e pela Universidade de Minnesota (EUA), com MBA em Marketing pela FGV-SP. Possui pós-graduação em Data Science e Inteligência Artificial, certificado pela Changing Marketing Intelligence Education (Ibramerc).

Foto: Divulgação

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