CNI defende que Copom mantenha ritmo de corte da Selic em 0,5 ponto porcentual

CNI defende que Copom mantenha ritmo de corte da Selic em 0,5 ponto porcentual
Por Sandra Manfrini – Estadão Conteúdo

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha o ritmo de corte da taxa de juros Selic em 0,5 ponto porcentual, nesta reunião de maio. “Essa decisão seria compatível com o atual cenário de inflação, sob controle, além de impedir uma redução mais acentuada do crescimento econômico. Além disso, é impraticável a continuidade do projeto de neoindustrialização com altos níveis de taxa de juros”, ressalta o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O Copom anuncia na quarta-feira (08), sua decisão sobre a taxa de juros, atualmente em 10,75% ao ano. Segundo o Projeções Broadcast, a desaceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,25 p.p já nesta reunião de maio se consolidou como cenário majoritário entre os economistas ouvidos pela pesquisa. A aposta, que era minoritária há duas semanas, agora está no cenário-base de 25 de 45 casas consultadas (55%).

A CNI elenca os dados recentes sobre a inflação, que mostram desaceleração, e cita as expectativas positivas do Boletim Focus, que aponta para inflação de 3,72% no final de 2024, dentro do limite superior da meta de inflação para o ano, de 4,5%, e mais próximo do centro da meta, de 3%.

“Portanto, se os preços estão sob controle, manter o ritmo de queda da Selic evita penalizar ainda mais a atividade econômica no Brasil. A taxa de juros real em nível tão elevado provoca danos consideráveis à economia brasileira”, afirma a entidade, lembrando que, mesmo com os cortes da taxa Selic realizados desde agosto de 2023, a taxa de juros real do Brasil está em 6,9% ao ano, ou seja, 2,4 pontos porcentuais acima da taxa de juros neutra. “A consequência do alto nível da taxa de juros real é a perda de dinamismo da economia brasileira.”

Para a CNI, uma redução no ritmo de queda dos juros será “inadequada”, pois, avalia, “há espaço para manutenção do corte de juros por parte do BC, o que contribuiria para melhorar a situação enfrentada pela atividade econômica brasileira”.

“A redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores é ponto fundamental para a impedir uma desaceleração ainda maior do crescimento econômico”, afirma.

Foto: Pexels

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