Uso da Inteligência Artificial cresce no meio contábil
Por DINO DIVULGADOR DE NOTÍCIAS – Estadão Conteúdo
O uso da Inteligência Artificial, cada vez menos, deixa de ser uma novidade no mundo corporativo. Segundo uma pesquisa do IBM, somente no Brasil, 41% das empresas – independentemente do setor – já implementam ativamente a IA em seus negócios. E no mercado de contabilidade não seria diferente, com empresas utilizando tais ferramentas de modo a otimizar os serviços, aprimorando as ações que são desenvolvidas de forma manual por profissionais deste setor.
“Existe uma transformação no setor contábil, e a inteligência artificial vem trazendo uma série de impactos positivos e desafios”, comenta Kelly Oliveira, fundadora do Grupo Keeper. E a fala da diretora de planejamentos e estratégias vem ao encontro do que diz o próprio Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Para o órgão, o uso das IAs no meio contábil promete transformar as operações e análises financeiras – por outro lado, há preocupações ligadas a temas como segurança de dados, uma vez que as informações dos clientes são privadas e sensíveis.
O lado positivo do uso das IAs no mercado de contabilidade
Um dos aspectos mais comuns da rotina dos profissionais contábeis é a execução de tarefas repetitivas como entrada de dados, reconciliação de contas e processamento de transações. E um dos maiores benefícios do uso da Inteligência artificial nesse setor é, justamente, a automação dessas tarefas, tornando o dia a dia mais ágil.
De acordo com a IBM, inclusive, a necessidade de automatizar processos e, assim, reduzir custos é o que leva 39% das empresas que utilizam IA a apostarem nessa ferramenta. Com efeito, o uso desses sistemas pode trazer ainda mais facilidades para empresas do setor. É possível, por exemplo, analisar os dados financeiros dos clientes em tempo real a fim de identificar anomalias, prevenir fraudes, identificar pontos de auditoria e afins
“Uma contabilidade antenada vai poder garantir que todos os processos contábeis estejam em conformidade com as regulamentações locais e internacionais, reduzindo o risco de multas e sanções”, enfatiza Kelly.
Os desafios da adoção da IA
Como dito anteriormente, uma das principais preocupações em relação ao uso da IA no setor contábil é a questão da segurança dos dados. No entanto, segundo o CFC, uma solução simples para isso é a adoção de ferramentas que permitam o processamento de tais informações sensíveis de forma controlada e segura
O conselho sugere, ainda, a indexação dos dados sensíveis de forma a permitir que as IAs acessem as informações que sejam relevantes, mas sem expor diretamente qualquer informação sigilosa.
Além disso, já existem tecnologias que selecionam apenas aqueles dados que são necessários à tarefa que está sendo executada e as inserem na ferramenta de IA, obtendo os resultados necessários sem violar a privacidade do cliente.
Por fim, o CFC destaca que é possível combinar as ferramentas de IA com tecnologias que garantem a segurança dos dados a fim de mantê-los em um ambiente digital controlado a fim de eliminar os riscos à segurança de tais informações.
Quando se fala do uso da Inteligência Artificial no meio corporativo, muitos temem que a máquina venha a substituir a mão de obra humana – o que não é verdade. No caso do setor contábil, por exemplo, é necessária a humanização para interpretar os relatórios gerados pela IA e, claro, discutir isso junto aos clientes.
O uso da IA, no entanto, promove uma utilização mais eficiente da força de trabalho, uma vez que os profissionais não precisarão dispensar tanto tempo executando tarefas repetitivas. “Além disso, [o uso da IA] consegue manter um ambiente adequado de trabalho dando apoio a equipe e isso acaba refletindo na qualidade de atendimento ao cliente”, ressalta Kelly Oliveira
“É claro que toda tecnologia vem para agilizar processos burocráticos, mas não substitui o operador, que precisa ter inteligência emocional atrelada a vivências para proporcionar ao cliente soluções diferentes e seguras a cada etapa do desenvolvimento de seu negócio”, finaliza a fundadora do Grupo Keeper.
Foto: Pexels
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