Setor de seguros arrecada R$ 105,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com crescimento nominal de 2,35%
Por Bárbara Souza
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou no início do mês os dados do setor, no primeiro trimestre de 2025. Nesse período, foi registrada uma arrecadação total de R$ 105,37 bilhões. O valor representa um crescimento nominal de 2,35% em relação ao mesmo período do ano anterior, embora, em termos reais (descontada a inflação), tenha havido queda de 2,77%.
Os seguros de danos e de pessoas (excluindo o VGBL) foram os destaques do trimestre, somando R$ 52,24 bilhões. Isso significa uma alta nominal de 8,11% e real de 3,05%. O seguro automóvel, responsável por 41% da arrecadação desse segmento, alcançou R$ 14,21 bilhões, com crescimento de 6,78% nominal e 1,77% real. Já o seguro compreensivo (residencial, condominial e empresarial) apresentou avanço de 11,91% em valores nominais e 6,67% em termos reais.
No acumulado do trimestre, indenizações, resgates, benefícios e sorteios somaram R$ 66,58 bilhões, com crescimento real de 11,47% ante 2024, impulsionados principalmente pelos resgates de produtos de acumulação (VGBL, PGBL e Previdência Tradicional). No entanto, as contribuições para esses planos caíram 4,68% em termos nominais e 9,15% em valores reais.
Os títulos de capitalização, por outro lado, tiveram arrecadação de R$ 8,11 bilhões, com alta de 9,77% nominal e 4,61% real. Além disso, as provisões técnicas do setor atingiram R$ 1,88 trilhão em março, equivalentes a 15,73% do PIB – um aumento de 11,91% em relação a 2024.
Anos anteriores
Segundo dados do primeiro trimestre de 2024, o mercado segurador brasileiro apresentou um crescimento de 12,3% em prêmios emitidos, atingindo R$ 58,9 bilhões, com destaque para os ramos de automóveis (+15,2%) e garantias (+18,7%).
“Esse desempenho reflete a resiliência do setor e a confiança dos consumidores, mesmo em um ambiente econômico ainda marcado por incertezas”, dizia o relatório daquele ano.
Antes disso, o Presidente da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), já havia feito sua projeção para 2024.
“O mercado de seguros brasileiro encerrou 2023 com crescimento robusto, superando R$ 250 bilhões em prêmios totais, um avanço real de 8,5% mesmo em um cenário de juros altos. Para 2024, projetamos expansão entre 9% e 11%, impulsionada pelos seguros de garantia, automóveis e saúde. O desafio será equilibrar a sinistralidade, que pressionou resultados em ramos como o de automóveis, onde atingimos patamares preocupantes de 75% no último ano”, disse ele em entrevista ao “Valor Econômico”.
Mudanças no setor
Dados não mentem: o setor sofreu com muitas mudanças nos últimos anos. Em 2023, houve um crescimento de 23% dos Seguros de Garantia (R$ 15,2 bi), impulsionado por: Exigência de garantias locatíciasem contratos de aluguel; Expansão do mercado imobiliário e de crédito.
Também houve um aumento de 30% em adesão de pólices 100% digitais e a exigência de transparência em cláusulas de contratos, a partir de uma resolução da SUSEP de 2024.
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