Reunião entre blocos e prefeitura termina sem decisão sobre carnaval de rua em SP

Reunião entre blocos e prefeitura termina        sem decisão sobre carnaval de rua em SP

Uma reunião entre a prefeitura e representantes de blocos terminou de forma agitada, repentina e sem uma decisão sobre a realização do Carnaval de rua na capital paulista. O encontro ocorreu nesta sexta-feira (8) no CCSP (Centro Cultural São Paulo).
De um lado, a gestão municipal diz que não há tempo hábil para planejar os desfiles de rua para o feriado de Tiradentes, entre os dias 21 e 24 deste mês, quando ocorrem os desfiles das escolas de samba no Anhembi. De outro, coletivos afirmam que a festa está mantida, de forma reduzida, com cerca de 50 blocos.
A reunião desta sexta teve duração de cerca de duas horas e começou com as manifestações por parte dos coletivos, que representam cerca de 420 blocos da capital.
Depois, secretários municipais reiteraram a impossibilidade de garantir infraestrutura para a festa de rua. Na última terça-feira, o prefeito Ricardo Nunes (foto) (MDB) chegou a dizer que o Carnaval de rua poderia ocorrer durante o feriado de Tiradentes, desde que os blocos tivessem condições de bancar a sua infraestrutura.
Aline Torres, secretária de Cultura, disse na reunião que é a favor do Carnaval, mas que é preciso pensar na segurança das pessoas envolvidas. “Como vamos colocar vidas em risco? Fazer de qualquer jeito pode ser perigoso”, disse ela.
O secretário das subprefeituras, Alexandre Medonezi, afirmou que, no início do ano, quando as unidades de saúde estavam lotadas, e os blocos e prefeituras decidiram pelo cancelamento do Carnaval, ninguém achou que se teria a situação sanitária de hoje -boletim divulgado pela Friocruz na última quarta-feira apontou que os casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) atribuídos à Covid-19 diminuíram no Brasil e chegaram ao menor valor percentual da pandemia.
“Por isso, toda a estrutura do Carnaval foi desmobilizada”, afirmou “Não estamos falando de um evento igual, é um Carnaval menor, mas precisa ser pensado”, disse Medonezi. O secretário citou, por exemplo, o risco de atropelamentos em vias que não forem bloqueadas para a passagem de carros.
Após as falas dos representantes dos órgãos públicos, os coletivos voltaram a reafirmar que os blocos vão para a rua de qualquer forma. “Vocês não se comprometem com nada, são incapazes de pensar num modelo atípico, menor. Não teve nenhuma proposta”, reclamaram os integrantes de coletivos.
“A gente não vai colocar vida em risco, não somos irresponsáveis”, afirmou Lira Ali, integrante do Coletivo do Arrastão dos Blocos. “Por favor, se comprometam a não bater na gente, vocês são o poder público. O papel de vocês é garantir nosso direito, se a gente não tem direito de ser feliz, para que que vai viver?”, questionou.
Logo após a fala dela, representantes da prefeitura se levantaram e deixaram a reunião. Em conversa com a imprensa, Aline Torres disse que o evento não terminou de forma repentina.
“A gente ouviu todo mundo, falamos, e as pessoas não querem mais dialogar”, disse ela, que não descartou a possibilidade de a prefeitura organizar uma festa na rua nos próximos meses. “A ideia é fazer isso ainda neste ano só que mais para a frente, com mais planejamento.”
Foliões lamentaram o desfecho da reunião. “A gente só não queria apanhar, já apanhei com bloco cadastrado”, disse Marco Ribeiro, do Bloco do Fuá, do Bexiga. “Eles se negam ao diálogo e ao Carnaval, que vai existir. (Isabella Menon – Folhapress/PD/Foto:

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