Poupança tem resultado positivo de R$ 6,37 bilhões em julho
Os depósitos em caderneta de poupança superaram os saques em R$ 6,37 bilhões em julho, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta quinta-feira (5). Mesmo com o resultado positivo no mês, a captação líquida -diferença entre entradas e saídas- do acumulado do ano ficou negativa em R$ 10,1 bilhões.
Nos três primeiros meses de 2021, quando ainda não haviam começado os pagamentos da nova rodada do auxílio emergencial, os números vieram negativos em R$ 27,5 bilhões. A partir de abril, a captação da caderneta voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões.
Em maio, a entrada líquida foi mais baixa, de R$ 72,6 milhões, mas permaneceu positiva. Em junho, a poupança registrou a maior captação do ano, com R$ 7 bilhões.
Em julho, os brasileiros depositaram R$ 298,2 bilhões na poupança e sacaram R$ 291,8 bilhões.
O saldo, que é todo o montante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro do ano passado com o aumento expressivo da captação.
A reversão dos resultados da poupança neste ano coincidiu com o retorno do auxílio emergencial, que começou a ser pago no início de abril e vai até outubro. A nova rodada tem valor menor que a primeira versão, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300.
Dessa vez, o benefício tem valor médio de R$ 250, mas pode ser de R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família de quem recebe.
Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movimento de forte alta na captação líquida ao longo de 2020, que bateu recorde com R$ 166,3 de entradas líquidas.
Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série.
Sem o auxílio, o resultado da caderneta foi negativo em R$ 18,1 bilhões em janeiro deste ano, pior valor da série iniciada em 1995. Em fevereiro, a captação líquida foi negativa em R$ 5,8 bilhões e em março, em R$ 3,52 bilhões.
Com o retorno do auxílio em versão reduzida, o resultado de junho, mesmo sendo o maior de 2021, foi mais baixo que os registrados nos meses de pagamento da primeira versão do benefício no ano passado.
No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 5,25% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR. (LARISSA GARCIA
BRASÍLIA, DF – FOLHAPRESS)