Petrobras embala Bolsa em dia de anúncio de queda da gasolina
O ambiente internacional favorável ao risco beneficiou a Bolsa de Valores brasileira nesta terça-feira (19). O Ibovespa fechou em alta de 1,37%, com 98.244 pontos.
No dia em que anunciou uma redução média de 4,9% do preço da gasolina, a Petrobras viu seus papéis mais negociados subirem 2,03%. A empresa deu uma das principais contribuições para a alta do índice de referência da Bolsa.
Analistas da Ativa Investimentos consideraram, porém, que a redução é ruim para as finanças da empresa, pois amplia a defasagem dela em relação aos preços praticados no mercado internacional.
A notícia sobre a queda no combustível, entretanto, era esperada pelo mercado e isso amenizou seu impacto. Além disso, a matéria-prima produzida pela companhia ganhou valor pelo terceiro dia consecutivo.
No fim desta tarde, o barril do petróleo Brent avançava 1,04%, a US$ 107,38 (R$ 578,76). A commodity acumula alta de aproximadamente 8% em três dias. Neste ano, o petróleo já subiu 38%.
Bolsas mundiais apresentaram fortes ganhos. Investidores buscaram oportunidades enquanto aguardam decisões sobre juros na Europa e nos Estados Unidos, além de avaliarem a temporada de resultados trimestrais das companhias americanas.
Em Nova York, o indicador de referência S&P 500 subiu 2,76%. Também avançaram os índices Dow Jones (2,43%) e Nasdaq (3,11%).
No câmbio, o dólar recuou diante da maior parte das principais moedas. No Brasil, porém, após uma manha forte valorização do real, a moeda brasileira apagou seus ganhos no final da tarde. O dólar fechou perto da estabilidade, com queda de 0,11%, a R$ 5,4190.
“Quando falamos do real frente ao dólar no ambiente doméstico, temos que ver que aqui há um ambiente eleitoral, além das incertezas que vêm de fora, o que demonstra que dificilmente teremos uma queda [forte] do dólar frente ao real no curto prazo”, comentou Marcus Labarthe, sócio da GT Capital.
No mercado de juros, as taxas DI (Depósitos Interbancários) com vencimento em 2023 e em 2024 rondavam o patamar de 14% ao ano, reforçando o cenário de incertezas sobre o país.
Negociada entre bancos, essas taxas são referência para o setor de crédito e também demonstram a expectativa do segmento para a alta da inflação e dos juros.
Na semana que vem, o banco central americano Federal Reserve irá divulgar a nova taxa de juros do país. O mercado espera um aumento de 0,75 ponto percentual, igualando o último aumento.
Ainda nesta semana, o Banco Central Europeu também deverá aumentar as taxas de juros pela primeira vez em 11 anos. A reunião da autoridade monetária será na quinta-feira (21).
Ao elevar juros, as principais economias do planeta tentam frear a inflação global provocada pela quebra das cadeias de abastecimento durante a pandemia e agravada pela Guerra da Ucrânia. O efeito colateral do aperto ao crédito, porém, poderá ser uma recessão mundial.
(Clayton Castelani – Folhapress /Foto: Folhapress)