Petrobras dispara em dia de lucro recorde de gigante do petróleo
As ações da Petrobras disparavam na Bolsa de Valores brasileira nesta sexta-feira (29), dia recheado de notícias positivas para esse segmento, com destaque para o lucro recorde de gigantes do setor nos Estados Unidos. A alta global do petróleo está por trás desses resultados.
Por volta das 13h30, os papéis preferenciais da estatal petrolífera escalavam 5,7%, a R$ 34,14, enquanto as ações ordinárias saltavam 7,2%, a R$ 37,20. Com isso, as cotações alcançavam as máximas desde meados de maio.
Na véspera, a companhia anunciou que o seu lucro subiu para R$ 54,33 bilhões no segundo trimestre, enquanto o resultado operacional ajustado totalizou R$ 98,26 bilhões. No mesmo dia, a empresa já havia divulgado a decisão de distribuir R$ 87,8 bilhões como dividendos pelo resultado trimestral.
Nesta sexta, o setor comemora os lucros de Exxon, Chevron e Shell. As três maiores empresas petrolíferas ocidentais acumularam um recorde de US$ 46 bilhões (R$ 239 bilhões) em ganhos no segundo trimestre, alimentados pelos preços mais altos da energia em mais de uma década e margens lucrativas de refino de petróleo, reportou o The Wall Street Journal.
A Exxon, a maior empresa de petróleo dos Estados Unidos, disse nesta sexta que seu lucro no segundo trimestre subiu para US$ 17,9 bilhões (R$ 93 bilhões), o maior de todos os tempos e quase quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado.
A rival Chevron também registrou lucro recorde nesta sexta de US$ 11,6 bilhões (R$ 60 bilhões).
No mercado internacional, o preço de referência do petróleo voltava a subir. O barril do Brent avançava 2,98%, a US$ 110,33 (R$ 572,37), encostando na máxima para o mês.
“É um pouco de tudo”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em referência ao caldo de informações animadoras para o setor.
Ele também considera como positivo o cenário moderado de recessão indicado pela queda do PIB dos Estados Unidos na véspera, entendido por parte do mercado como um sinal de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) não precisará subir juros da forma agressiva como se esperava para segurar a inflação.
“O cenário hoje é de menor aversão a risco, o que é positivo para setores cíclicos, como o de petróleo”, comentou Arbetman.
Ele ressaltou que, embora o cenário seja positivo para todo o setor, o pagamento de dividendos acima do esperado deu um impulso a mais para a Petrobras. “Vejo também o efeito dos dividendos da Petrobras, que hoje apresenta um crescimento maior do que alguns pares.”
Outras empresas do setor petrolífero também tinham robustos nesta sessão da B3, a Bolsa de Valores brasileira. A 3R Petroleum saltava 6,06%, enquanto a PetroRio ganhava 2,56%.
(Clayton Castelani – Folhapress / Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)