Mercado de crédito e cenário político brasileiro são destaques em encontro do FAS Advogados

Mercado de crédito e cenário político brasileiro são destaques em encontro do FAS Advogados

Ex-ministro afirma que não se constrói o futuro retaliando o passado

Uma avaliação histórica do crescimento do crédito e uma análise da configuração atual dos poderes pós-eleições foram apresentadas a um grupo de empresas brasileiras e internacionais de diversos setores, em almoço organizado pelo FAS Advogados, recentemente, em São Paulo.

Nelson Jobim, membro do Conselho de Administração do Banco BTG Pactual, ex-Ministro da Justiça, ex-Ministro da Defesa, ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), do qual também foi presidente entre 2004 e 2006, e Daniel Golberg, sócio-diretor da Lumina CapitalManagement, ex-secretário de Direito Econômico, ex-presidente do Morgan Stanley e membro do Conselho do Nubank, falaram sobre o tema “Perspectivas Brasil”, abordando o atual cenário econômico do país.

“O objetivo desse encontro foi oferecer um olhar diferenciado e atual do cenário macroeconômico brasileiro, através de grandes nomes. Esta é parte de uma sequência de encontros que realizaremos sempre com o intuito de discutirmos conteúdos altamente relevantes para o mercado”, afirma Paulo Focaccia, Managing Partner do FAS Advogados.

Na ocasião, foram apresentados o crescimento do acesso ao crédito como um fator de oportunidade e a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre o panorama político brasileiro pós-eleições. O crescimento expressivo no acesso ao crédito no Brasil, impulsionado pela ampliação do empréstimo consignado e imobiliário, cartões de crédito e empréstimos pessoais, tem gerado possibilidades tanto para indivíduos como para empresas obterem financiamento para suas atividades.

Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado avanços significativos em seu cenário econômico e institucional, de acordo com Daniel Goldberg. Entre as conquistas estão as reformas nas instituições públicas, nas legislações trabalhista e previdenciária, a implementação do teto de gastos públicos, a reformulação da lei de falências, a adoção de um novo modelo para as estatais com marcos legais importantes nos setores de saneamento básico e portos, a independência do Banco Central, além da privatização da Eletrobrás e a digitalização de diversos serviços públicos.

Mesmo após o impacto da pandemia, o Brasil apresenta uma taxa de desemprego de 8,2%, que, segundo Goldberg, pode ser considerada baixa em um país onde quase 100 milhões de pessoas recebem algum tipo de ajuda assistencial do governo. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do país está crescendo a uma taxa de 3% ao ano, um fato elogiável ressaltado pelo especialista.

Sem dúvida, “tivemos significativas melhorias de governança pública, mas, mesmo sem problemas de solvência, muitas empresas nacionais ainda enfrentam falta de liquidez. Isto quer dizer que ainda que seu valor seja maior do que suas dívidas, a maioria delas está trabalhando para pagar somente juros e não está conseguindo amortizar o valor principal da dívida e nem expandir suas atividades com financiamentos alavancados”, alertou.

Entretanto, o sócio da Lumina Capital Management destacou que é preciso cautela para compreender o ambiente atual, não só em termos de atividade econômica, relativa a juros, liquidez e inadimplência, mas também no que diz respeito a regulação e a proteção ao consumidor.

Já o ex-ministro Nelson Jobim, ao abordar a dinâmica entre os poderes políticos e sua profunda relação com o mercado econômico brasileiro, fez uma análise histórica sobre as relações institucionais. “Não se constrói o futuro retaliando o passado, pois todas as entidades têm de implementar medidas para proteger a população também na sua condição de consumidores, aumentar a transparência e promover a concorrência saudável no setor. Para tanto, é imprescindível estar atento às transformações e buscar dados atualizados acerca do panorama do crédito no mercado brasileiro com uma visão jurídica mais amplificada”, declarou o ex-ministro.

Na foto, Daniel Golberg, sócio-diretor da Lumina CapitalManagement.

(Divulgação /Foto: Divulgação)

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