Mais de 40 empresas cortam negócios com a Rússia

Mais de 40 empresas cortam negócios com a Rússia

As sanções econômicas que a Rússia vem sofrendo após invadir a Ucrânia não estão sendo aplicadas apenas por países e organizações internacionais. Diante da escalada bélica dos últimos dias, as retaliações passaram a vir também do setor privado.
Grandes multinacionais ocidentais de diversos setores fecharam operações locais, suspenderam negociações com companhias russas e anunciaram a retirada de investimentos diretos no país.
Empresas como Shell e BP abandonaram negócios bilionários na Rússia, enquanto a Volvo, Apple e gigantes dos transportes, como MSC e Maersk, suspenderam remessas.
O governo de Vladimir Putin, por sua vez, baixou nesta terça (1º) um decreto proibindo os estrangeiros de vender ativos russos, com a intenção de ganhar tempo e dificultar a saída dos investidores. E ainda dá argumentos às empresas, particularmente às de capital aberto, para justificar a permanência na Rússia.
A debandada das companhias adiciona ainda mais pressão ao caldeirão econômico russo que, diante de sanções sem precedentes, viu o rublo cair para mínimos recordes, obrigando o banco central do país a dobrar sua taxa de juros.
A interrupção dos negócios com a Rússia não é necessariamente um posicionamento contra a guerra. Os anúncios vêm de grupos empresariais que buscam equilibrar o impacto em suas reputações, minimizando a exposição às pesadas sanções ocidentais.
Entre as companhias brasileiras com investimentos no território russo, a catarinense WEG, fabricante de motores elétricos listada na B3, a Bolsa de Valores brasileira, é destaque.
Operando no país comandado por Putin através da subsidiária WRU, em setembro passado anunciou investimentos na Sibéria, onde abriu escritório na cidade de Novosibirski.
Também no ano passado, a WRU anunciou a venda de um motor de grande porte, encomendado pela maior mineradora de ouro da Rússia, capaz de operar com temperaturas de até -50º C.
Por fazer parte dos principais rankings de ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês), a WEG está entre as empresas de capital aberto que agora, segundo analistas do mercado, serão pressionadas por investidores e empresas de rating a respeito dos negócios na Rússia.
Em nota enviada nesta quarta (2) à reportagem, a WEG anunciou a decisão de suspender novos negócios com a Rússia até que fiquem claras as implicações do conflito e a extensão das sanções internacionais. A companhia atua no país através de uma filial comercial para a distribuição de produtos fabricados em outros países. “A WEG apoia todos os movimentos que pregam a paz e buscam soluções pacíficas para o conflito”, disse (Thiago Bethônico e Luiz Antônio Cintra – Folhapress)

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