Lira e Renan trocam acusações de corrupção nas redes sociais
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trocaram farpas nesta segunda-feira (22) por meio do Twitter. Os parlamentares alagoanos acusaram-se mutuamente de corrupção.
De manhã, Renan compartilhou a notícia da prisão do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, que é acusado de desviar recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) e do SUS (Sistema Único de Saúde).
Renan mencionou o nome de Lira e o que ficou conhecido como “orçamento secreto”. “A prisão do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, é a primeira do orçamento secreto. É uma advertência às demais cidades e aos métodos de Arthur Lira que, cinicamente, continuou a liberar recursos para o “beco da propina” e outros escândalos”, escreveu o senador.
Pouco mais de uma hora depois, Lira respondeu a acusação de Renan, lembrando que ele renunciou à presidência do Senado em 2007 como estratégia para evitar ter seu mandato cassado. Ele era alvo de uma série de denúncias, incluindo o uso de “laranjas” para compra de empresas de comunicação em Alagoas.”O senador Renan Calheiros continua sendo uma figura nefasta na política brasileira. Ele não lembra o motivo pelo qual foi obrigado a renunciar à presidência do Senado?”, disse Lira. “O que não faltam são escândalos. Querer fazer proselitismo às custas dos outros diz muito de sua personalidade”, completou.
O presidente da Câmara atacou ainda o filho do senador, Renan Filho, que foi governador de Alagoas: “O que não faltam são escândalos. Querer fazer proselitismo às custas dos outros diz muito de sua personalidade.”
RENAN FOI PRESIDENTE DO SENADO OUTRAS DUAS VEZES
Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado de novo em 2013 e em 2015. Em 2019, ele era novamente candidato, mas desistiu de concorrer ao posto e o escolhido acabou sendo Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).Em dezembro de 2016, Renan chegou a ser afastado da presidência do Senado por decisão do então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.
Calheiros era réu em um processo de peculato e a Rede Sustentabilidade argumentou que quem é alvo de ação penal não pode estar na linha sucessória da Presidência da República.
A liminar de Marco Aurélio foi revertida pelo plenário do Supremo, que entendeu que ele não poderia ocupar a Presidência, mas poderia continuar à frente da Casa. Dois anos depois, o STF absolveu Renan.
(Folhapress / Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom – Agência Brasil)