Leilão de linhas de transmissão atrai R$ 15,3 bilhões em investimentos
O governo concedeu nesta quinta-feira (30) a construção e operação de 5,4 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia no país, com investimentos estimados em R$ 15,3 bilhões. Os projetos estão divididos em 13 concessões e foram arrematados com deságios de até 59,9%.
Os empreendimentos estão localizados em 13 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia. Devem entrar em operação em prazos de 42 a 60 meses.
Os três maiores lotes terão a função de reforçar o sistema de transmissão para o escoamento de energias renováveis geradas no Nordeste e no norte de Minas Gerais, hoje um dos principais gargalos do setor elétrico brasileiro.
Outro lote oferecido nesta quinta reforça o abastecimento de energia ao Amapá, que sofreu grandes cortes no fornecimento nos últimos anos. No maior deles, em 2020, a maior parte do estado ficou quase um mês convivendo com interrupções.
“Esse leilão traz solução para algumas áreas que vêm sendo discutidas há muito tempo no Brasil, como o norte de Minas Gerais. Isso viabiliza uma quantidade muito grande de empreendimentos, principalmente em energia renovável”, disse o diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Hélvio Guerra.
Em leilões de linhas de transmissão, vence a concorrência a empresa ou consórcio que se dispuser a receber a menor receita anual durante a concessão. Houve grande disputa pelos maiores lotes oferecidos pela Aneel.
O maior deles, com 1,7 mil quilômetros de extensão ligando Minas Gerais a São Paulo e investimentos previstos em R$ 4,9 bilhões, ficou com a Neoenergia. O lote teve oito concorrentes e, após disputa por viva-voz, a proposta vencedora teve deságio de 47,3%.
Os outros dois grandes lotes, com investimentos de R$ 3,6 bilhões cada, foram arrematados pelo Consórcio Verde e pela Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).
O primeiro construirá 1,2 mil quilômetros de linhas de transmissão e subestações também em Minas Gerais e São Paulo. A segunda levou concessão para operar 1,1 mil quilômetros e subestações em Minas Gerais e no Espírito Santo.
“O sucesso desse leilão só é possível porque hoje temos um ambiente seguro e atrativo para investimentos no setor elétrico”, disse a diretora-geral substituta da Aneel, Camila Bomfim. “Um ambiente que foi construído ao longo de tantos anos, com base em uma governança bem estruturada, segurança jurídica, estabilidade e previsibilidade regulatória.”
(Nicola Pamplona – Folhapress / Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)