Itapemirim Transportes Aéreos suspende atividades
O Grupo Itapemirim anunciou, na noite desta sexta-feira, que suspendeu temporariamente as operações da ITA, sua companhia aérea, para uma reestruturação interna. Em nota, a empresa afirma que a decisão foi tomada por necessidade de fazer ajustes operacionais e que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foi informada.
A suspensão de atividades da ITA, de acordo com a empresa, não irá afetar a prestação de seu serviço de transporte rodoviário e as operações na Viação Itapemirim seguirão normalmente.
O grupo afirma que prestará assistência aos passageiros impactados e orienta aos clientes com viagens programadas para os próximos dias que entrem em contato com a companhia pelo email falecomaita@voeita.com.br. Em nota, a companhia afirma que irá se dedicar para retomar seus voos “em breve” e que dará assistência aos passageiros conforme a resolução 400 da Anac, que trata dos direitos dos passageiros aéreos.
A empresa não detalhou as opções que serão oferecidas aos consumidores com passagens compradas.
A companhia aérea, que oferecia um mínimo serviço a bordo, enfrentava uma quebra de caixa, com descasamento nos pagamentos dos tripulantes, o que chegou a levar a ações do sindicato da categoria. No início de dezembro, Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim, afirmou, durante o Fórum Panrotas 2021, que a Itapemirim estava com preços de passagens aéreas que não cobriam o custo operacional. Mesmo com a alta da inflação e a economia fraca no país, o empresário afirmou, na ocasião, que a companhia estava segurando aumentos.
A Itapemirim Transportes Aéreos teve seu voo inaugural em junho deste ano, de Guarulhos a Brasília, com o plano de atender 35 destinos em sua malha até junho de 2022. O lançamento ocorreu num momento em que as companhias aéreas globais perdiam clientes com as restrições da pandemia de coronavírus.
O grupo Itapemirim está em recuperação judicial desde 2016 e com dívidas tributárias de quase R$ 2 bilhões. À época, o grupo afirmou que a companhia aérea não faz parte do processo de recuperação judicial e que os investimentos do conglomerado foram autorizados pelo juiz responsável pelo processo. Meses depois, a ITA foi alvo de acusações sobre atrasos de salários de funcionários. À época, a empresa afirmou que um “problema técnico” impediu que centralizasse os pagamentos dos seus funcionários em um único banco. (Folhapress)