Itamaraty divulga primeira nota sobre atentado a Consulado da China duas semanas após ataque

Duas semanas após um ataque a bomba contra o Consulado-Geral da China no Rio, o Itamaraty divulgou nesta quinta-feira a primeira nota pública sobre o episódio, afirmando que “todos os esforços serão empregados para elucidar o caso e levar o responsável ou responsáveis à Justiça, e também para proteger a segurança do corpo diplomático e consular acreditado no Brasil.”
O órgão, chefiado pelo ministro Carlos França, demorou 14 dias para comentar o caso, que aconteceu no último dia 16, quando um homem(foto) lançou um explosivo contra a representação chinesa na capital fluminense. Não houve feridos, segundo a polícia.
O ministério afirmou que “recebeu com satisfação a informação do Departamento de Polícia da Capital do Rio de Janeiro de que as investigações sobre o atentado cometido contra o Consulado-Geral da China naquela cidade estão sendo conduzidas com celeridade e presteza”.
A reportagem questionou nesta semana a Polícia Civil do Rio sobre o andamento das investigações, mas não obteve resposta.
Na quarta (29), questionado pelo jornal Folha de S.Paulo, o consulado chinês disse que a polícia informou que “está apressando a investigação do caso.” O órgão pediu “investigação minuciosa sobre o ataque, a punição do culpado nos termos da lei e medidas cabíveis para evitar que incidentes similares voltem a ocorrer”.
Segundo o consulado, embora não tenha se manifestado publicamente, o Itamaraty afirmou às autoridades chinesas que estava “fazendo empenho junto com os departamentos responsáveis para reforçar medidas de segurança do Consulado-Geral da China, bem como para acompanhar o andamento das investigações, com vistas a comunicá-las.”
O ataque foi registrado em vídeo por câmeras de segurança de prédios vizinhos, que mostraram o momento em que um homem vestido de preto, com boné e máscara, mexe no artefato e retira algo que parece ser um pino antes de lançar o explosivo.
O atentado ocorre em meio à escalada da tensão política e à resistência de figuras próximas do presidente Jair Bolsonaro com o maior parceiro comercial do país. Seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal, e os ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Abraham Weintraub (Educação), já fizeram manifestações públicas anti-China que causaram embaraços diplomáticos. Entre eles, culpar o país pela pandemia da Covid-19 ou fazer piada com o sotaque de chineses. (Folhapress)

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