Inteligência Artificial no RH: Como a tecnologia está revolucionando recrutamento, avaliação e estratégia

Por Bárbara Souza
A Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma aliada indispensável para os profissionais de Recursos Humanos, transformando processos tradicionais em operações ágeis, precisas e orientadas por dados. Desde o recrutamento até a avaliação de desempenho, a tecnologia está otimizando tarefas, reduzindo vieses e aumentando a eficiência — mas sem perder de vista a essência humana do RH.
No recrutamento e seleção, a IA já é uma realidade consolidada. Ferramentas automatizadas ajudam desde a criação de descrições de vagas até a triagem de currículos, entrevistas preliminares e envio de feedbacks personalizados.
Elvira Solyszko, da Sklep Consultoria, destaca que a IA trouxe ganhos significativos em produtividade: “Relatórios que antes levavam 30 minutos agora são feitos em menos de 15. Isso melhora a experiência dos candidatos e clientes, além de aumentar a margem do negócio.” No entanto, ela ressalta que “a IA nunca substitui o contato humano. Ela é operada por pessoas, e todo processo mantém um olhar atento e humanizado.”
Carolina Peggau, Gerente de Gente e Gestão da Auddas complementa, destacando avanços como:
- Análises preditivas para identificar talentos com maior chance de sucesso.
- Chatbots que conduzem entrevistas iniciais e agendam reuniões, liberando tempo dos recrutadores.
- Redução de vieses inconscientes, promovendo seleções mais diversas.
“A IA cria uma experiência personalizada para os candidatos, tornando o processo mais engajador”, afirma Carolina.
Avaliação de desempenho: Dados precisos, mas com cautela
Na avaliação de desempenho, a IA permite análises mais objetivas, cruzando dados de produtividade, engajamento e bem-estar. Ferramentas como Microsoft Viva, Workday e Culture Amp ajudam empresas a tomar decisões baseadas em evidências.
Elvira aponta os benefícios: “Automação de tarefas, menos viés humano, economia de tempo e decisões mais ágeis.” Porém, alerta para os riscos: “Invasão de privacidade, decisões enviesadas e desumanização. O segredo está no equilíbrio: usar a IA como aliada, mantendo a ética e o foco nas pessoas.”
Carolina concorda e acrescenta: “A IA identifica padrões de desempenho e sugere treinamentos personalizados, mas o monitoramento excessivo pode gerar estresse e desconfiança. A clareza no processo é essencial.”
RH estratégico: De área de apoio a centro de inteligência
Com a IA, o RH deixou de ser apenas operacional para se tornar um parceiro estratégico. “Hoje, analisamos dados em tempo real, prevemos turnover e medimos a eficácia de ações de engajamento”, diz Elvira. “As decisões são guiadas por evidências, não apenas por intuição.”
Carolina reforça que “a IA materializa conceitos subjetivos em dados, transformando o RH em um centro de inteligência de talentos.” No entanto, ambas destacam: a tecnologia não substitui o toque humano.
Eficiência com humanização
A IA já é parte do cotidiano do RH, trazendo velocidade, precisão e insights valiosos. Mas, como destacam as especialistas, seu maior valor está em ampliar — e não substituir — a conexão humana.
“São as pessoas, e não os algoritmos, que fazem as empresas acontecerem”, finaliza Elvira.
Foto: Pexels
LEIA TAMBÉM: Confiança da indústria sobe em maio após dois meses de queda