Fazenda: redução na projeção do PIB para 2025 reflete expectativa de Selic maior
Por Giordanna Neves e Amanda Pupo – Estadão Conteúdo
A subsecretária de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal, afirmou nesta quinta-feira (18), que a redução na projeção do PIB para 2025 reflete a expectativa de que a taxa de juros Selic se mantenha mais alta por um período mais longo. Já a previsão do PIB de 2026 a 2028, segundo ela, poderá ser maior em decorrência de maior investimento em petróleo e gás, além da aprovação da reforma tributária.
De acordo com Nadal, há ainda um indício de crescimento resiliente este ano, sem pressões visíveis na inflação. Por outro lado, os dados, segundo a subsecretária, apontam para desaceleração do PIB no segundo trimestre, reflexo das tragédias ocorridas no Rio Grande do Sul. Essa queda já era esperada no boletim divulgado em maio pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
O boletim divulgado nesta quinta-feira, 18, mostra que, para o segundo trimestre de 2024, a expectativa é de desaceleração moderada no ritmo de atividade, para 0,6% na margem. “A calamidade no Rio Grande do Sul em maio explica parcialmente a desaceleração no crescimento no trimestre, afetando principalmente as estimativas de expansão da agropecuária e da indústria de transformação”, diz o documento.
Mudança na sistemática de meta
A subsecretária de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda afirmou que a mudança na sistemática de meta de inflação servirá de auxílio na ancoragem de expectativas do mercado.
Em 26 de junho, um ano depois de ter sido anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo publicou o decreto que formaliza a mudança do sistema de metas de inflação, em vigor desde 1999. A partir de 1.º de janeiro de 2025, o Banco Central passará a perseguir um mesmo alvo de forma contínua, sem vinculação com o “ano-calendário” (período de janeiro a dezembro de cada ano).
Após a publicação do decreto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reuniu e definiu que o centro da meta será de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. A referência continuará sendo o IPCA, medido pelo IBGE.
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