Estado Islâmico reivindica autoria de ataque que matou ao menos 13 no Irã
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado terrorista que matou ao menos 13 pessoas num templo xiita da cidade de Shiraz, no sul Irã. O grupo terrorista fez a declaração por meio de nota postada em seu canal do Telegram.
No fim da tarde desta quarta (26), pelo horário local, um homem disparou contra os fieis no templo de Shah Cheragh. De acordo com autoridades do país persa, os autores do ataque eram estrangeiros e sunitas.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse que o atentado não ficará sem respostas.
“A história mostra que os inimigos do Irã, ao falharem em criar uma divisão na unidade da nação, se vingam por meio da violência e do terror. Essa vontade maligna não ficará sem respostas, e as agências de segurança e de aplicação da lei ensinarão uma lição aos responsáveis pelo ataque”, afirmou.
O atentado terrorista, algo raro no Irã, veio em meio a um período de protestos no país. Há mais de um mês, há manifestações no país após a morte de Masha Amini, 22, que morreu em 16 de setembro após ser levada pela polícia moral por supostamente não estar usando o hijab (véu que cobre os cabelos, obrigatório para mulheres iranianas) da forma correta.
A repressão estatal aos protestos já deixou cerca de 200 mortos. Também nesta quarta, a polícia iraniana atirou contra manifestantes no memorial erguido em memoria a Amini, em Saqez, no Curdistão, cidade natal da jovem.
Segundo agências de notícias, milhares de pessoas se reuniram no memorial destinado à jovem para prestar homenagens -no Irã, o período tradicional de luto dura exatos 40 dias, exatamente o tempo decorrido desde a morte da jovem.
Antes, porém, de acordo com ativistas, autoridades haviam advertido os pais da jovem para que não organizassem cerimônias e ameaçado prender o filho do casal se os protestos ocorressem -o regime nega.
(Folhapress /Foto: Folhapress/Folhapress)