Dólar recua com PEC da Gastança e Lei das Estatais enfrentando resistências no Congresso

Dólar recua com PEC da Gastança e Lei das Estatais enfrentando resistências no Congresso

O dólar opera em queda frente ao real no pregão desta sexta-feira (16), com o adiamento da votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança na Câmara dos Deputados animando os investidores.

Por volta das 12h20, o dólar recuava 0,67%, a R$ 5,2800 para venda.

As negociações em torno da PEC da Gastança, que eleva o teto e libera R$ 168 bilhões em despesas ao novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), patinam na Câmara em meio a disputas por ministérios e a incertezas sobre o futuro das emendas de relator após julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que a votação do texto ficou para a próxima terça-feira (20) -um dia depois de quando se espera um veredito final da Corte sobre as emendas. A análise do tema foi suspensa nesta quinta (15) e será retomada na segunda (19).

“A resistência que a pauta enfrenta na Câmara aumenta as chances de desidratação do projeto, já que o futuro governo pretende aprová-la ainda este ano e o Congresso entra em recesso na semana que vem”, dizem os analistas da Levante Investimentos em nota.

A expectativa dos agentes financeiros de que alterações na Lei das Estatais que blinda as empresas públicas de desmandos políticos encontre no Senado maiores dificuldades para avançar da forma como ocorreu na Câmara também ajuda na queda da moeda americana.


BOLSAS RECUAM COM RECADO DURO DOS BCS SOBRE ECONOMIA GLOBAL EM 2023

Já a Bolsa de Valores brasileira, que na sessão passada encerrou os negócios estável, opera em baixa, acompanhando a maior aversão a risco nos mercados globais. O índice Ibovespa tinha desvalorização de 0,63%, aos 103.079 pontos.

Nas Bolsas dos Estados Unidos e da Europa, os principais índices acionários recuam, na esteira das sinalizações transmitidas pelas autoridades monetárias globais indicando um cenário à frente com novas altas de juros para combater a persistente pressão inflacionária.

No mercado americano, o S&P 500 tinha desvalorização de 0,98%, enquanto o Nasdaq cedia 0,82% e o Dow Jones recuava 1,1%.

Nas Bolsas europeias, o tom pessimista também prevalece, com perdas de 1,50% do índice FTSE-100, de Londres, queda de 1,3% do CAC-40, de Paris, e baixa de 0,8%, do DAX, de Frankfurt.

Embora tenha reduzido o ritmo de alta dos juros de 0,75 ponto percentual nas últimas reuniões para 0,50 ponto no encontro desta quarta, o banco central dos EUA (Federal Reserve) disse que espera aumentar ainda mais a taxa básica de juros e que deve mantê-la elevada por mais tempo do que o previsto anteriormente, sinalizando que seus esforços para conter a inflação alta provavelmente significarão um crescimento maior no desemprego e uma possível recessão.

Na Europa, o sentimento de aversão ao risco também predomina, depois que o BCE (Banco Central Europeu) aumentou as taxas de juros pela quarta vez consecutiva nesta quinta-feira, embora em magnitude menor do que em suas duas últimas reuniões.

O banco central dos 19 países da zona do euro aumentou a taxa de juros que paga sobre os depósitos bancários de 1,5% para 2%, afastando-se ainda mais de uma década de política monetária ultrafrouxa.

Ainda assim, a decisão marcou uma desaceleração no ritmo de aperto depois de altas de 0,75 ponto percentual em cada uma das duas reuniões anteriores do BCE, que prometeu novos aumentos e apresentou planos para drenar dinheiro do sistema financeiro como parte de sua luta contra a inflação.

“O Conselho do BCE considera que as taxas de juros ainda terão que subir significativamente a um ritmo constante para atingir níveis suficientemente restritivos para garantir um retorno oportuno da inflação à meta de 2% a médio prazo”, disse o BCE.

A autoridade monetária europeia também elevou suas projeções de inflação para a zona do euro e disse que o crescimento dos preços permaneceria acima de sua meta de 2% ao longo de um horizonte de projeção que agora se estende até 2025.

O banco agora vê a inflação no bloco em 6,3% no próximo ano, em comparação com as expectativas de 5,5% feitas em setembro. Sua previsão para 2024 foi aumentada de 2,3% para 3,4% enquanto que, em sua primeira estimativa para 2025, o BCE vê a inflação em 2,3%.

Ao mesmo tempo, o crescimento econômico sofrerá muito no próximo ano como resultado da guerra na Ucrânia, particularmente por seu impacto na elevação dos preços da energia.

O BCE vê agora o crescimento do PIB em 0,5% no próximo ano, em comparação com os 0,9% previstos em setembro, enquanto que em 2024, está previsto um crescimento inalterado de 1,9%. Em 2025, o BCE prevê um crescimento de 1,8%.

(Lucas Bmbana – Folhapress /Foto: Pexels)

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