Cresce busca por produtos de relaxamento em grandes centros urbanos mas a falta de certificação preocupa especialistas
À medida que a conscientização sobre a saúde mental aumenta, a busca por produtos e serviços que promovam o relaxamento e o bem-estar emocional também tem crescido. Isso se reflete na procura por produtos relacionados, como velas aromáticas, óleos essenciais, aplicativos de meditação, roupas confortáveis para práticas de yoga e aparelhos de massagens. O interesse por produtos de relaxamento demonstra uma mudança na atitude das pessoas em relação ao autocuidado.
Um levantamento realizado pela Relaxmedic, empresa especializada em produtos de saúde e bem-estar, aponta que, nos últimos 12 meses, houve um crescimento mais de 60% nas buscas por massageadores. Renato Carvalho, CEO da Relaxmedic, diz que foi registrado ainda um aumento nas vendas de equipamentos como o eletroestimulador que tem foco em alívio da dor sem uso de medicamento. “Tivemos um crescimento de mais de 100% nas vendas do Fisio Tens no último ano. A procura é maior nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”, afirma Carvalho.
No entanto, é importante ressaltar que a busca por produtos de relaxamento não substitui a importância de procurar ajuda profissional quando alguém enfrenta problemas relacionados à saúde mental.
“O Setembro Amarelo nos lembra que o diálogo, o apoio de amigos e familiares e o acesso a profissionais de saúde mental são fundamentais para ajudar aqueles que estão lutando contra transtornos emocionais e psicológicos”, diz ainda Guy Gilad, sócio da Relaxmedic. A combinação de conscientização pública e a busca por produtos de relaxamento pode contribuir para uma abordagem mais holística e compassiva em relação à saúde mental.
Dicas para escolher as melhores opções de produtos que auxiliam no relaxamento
A busca por produtos que auxiliam no alívio de dores musculares causadas por tensão tornou-se mais acessível com o aumento do acesso à Internet e, consequentemente, ao e-commerce. No entanto, junto com as opções legítimas, também surgem inúmeras promessas de soluções instantâneas que podem agravar problemas. Renato Carvalho detalha algumas informações essenciais para ajudar a selecionar produtos de autocuidado que poderão promover o alívio da dor.
Dica 1: Certificação Anvisa e Immetro: Produtos como Eletroestimuladores ou itens com infravermelho, por exemplo, precisam ter certificados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Immetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). A ausência desses certificados pode ser um indício de que o produto não atende aos padrões de segurança e qualidade necessários.
Dica 2: Desconfie de Promessas Milagrosas: Lembre-se de que não existem soluções milagrosas para o alívio da dor. Se um produto promete redução de dor ou a cura de condições dolorosas de forma rápida e sem esforço, isso deve acender um alerta. Fabricantes precisam basear suas alegações em evidências científicas.
Dica 3: Busque por Testes e Comprovações: Antes de adquirir qualquer produto, pesquise se ele foi submetido a testes clínicos ou possui comprovações científicas que respaldem suas alegações. Testemunhos individuais não são suficientes. Verifique se o fabricante, na descrição do produto, cita testes clínicos e outras comprovações científicas.
Para Renato Carvalho, CEO da Relaxmedic, verificar a certificação concedida pela Anvisa e pelo Immetro, desconfiar de soluções instantâneas e buscar produtos respaldados por comprovações científicas, além de proteger a saúde do consumidor, preservará também o bolso. “Ao ter atenção a esses pontos, o consumidor estará melhor preparado para tomar decisões informadas em sua busca por alívio da dor”, diz Carvalho.
Segurança por trás da Certificação Obrigatória:
Quando abordamos o assunto da certificação obrigatória, estamos indo muito além do combate ao comércio ilegal de produtos, pois na verdade falamos sobre segurança. Atender às exigências de qualidade no Brasil pode tornar a obtenção das licenças um processo tanto difícil quanto burocrático. Entretanto, os desafios de acatar o regulamento técnico não devem servir de justificativa para que as empresas não sigam as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Os órgãos anuentes – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), entre outros – atuam expedindo pareceres técnicos para liberar ou não o registro, a certificação e a autorização dos produtos, de acordo com a legislação vigente do país. Essas normas foram criadas para garantir a segurança e a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores.
A venda de produtos ilegais, contrabandeados ou pirateados prejudica diretamente a economia e a saúde de quem consome. De acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), apenas em 2022, esse tipo de comércio gerou um prejuízo de R$ 410 bilhões para o país. A soma das perdas registradas por 14 setores industriais chega a R$ 280,8 bilhões. Além disso, cerca de R$ 129,2 bilhões de impostos deixaram de ser arrecadados.
O fato é que esses produtos não passaram por processos de avaliação, não são adaptados aos padrões brasileiros e não obedecem às normas de segurança e qualidade estabelecidas pelos órgãos reguladores. Por não atenderem aos requisitos técnicos, não possuem garantia, nem assistência técnica, com usabilidade comprometida e sem durabilidade validada. Além de não serem sequer testados, e por isso mesmo representam risco à saúde do consumidor.
Muitas destas mercadorias podem ser encontradas à venda pelos marketplaces estrangeiros. Evitando a tributação e muitas vezes escapando das normas brasileiras de qualidade, esses produtos são comercializados de maneira irregular, pois não possuem os certificados que garantem a segurança do consumidor.
A obtenção dessas licenças pode ser vista como uma oportunidade para as empresas aumentarem a qualidade dos produtos oferecidos, bem como investirem na sua capacidade profissional de inovar para atender a demanda, uma vez que precisam seguir processos rigorosos para atender aos requisitos estabelecidos pelos órgãos.
Nesse cenário, dentro do contexto dos produtos de saúde e bem-estar, seguir as normas e obter as licenças necessárias é um requisito mínimo. A segurança e a qualidade dos produtos certificados podem garantir a confiança dos consumidores, oferecendo às empresas o selo de confiabilidade com o aval do cliente, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável do mercado brasileiro.
Seguir as normas e as licenças necessárias para operar confere credibilidade e confiança aos consumidores, bem como valoriza as empresas que seguem os requisitos necessários para operar dentro do mercado brasileiro, fortalecendo o desenvolvimento e a competitividade saudável entre as empresas.
A exigência de certificações e a fiscalização do comércio ilegal de produtos desempenham um papel crucial no fortalecimento da economia brasileira. Ao operarem dentro da legalidade, as empresas certificadas pagam impostos e contribuem para a geração de empregos, impulsionando o desenvolvimento do país. Além disso, essas medidas são essenciais para garantir a segurança dos consumidores e promover um mercado sustentável.
(Divulgação /Foto: Divulgação)
LEIA TAMBÉM: Pesquisa Revela os Principais Desafios do E-commerce na Europa