Consórcio vs. Financiamento: qual a melhor opção na hora de adquirir um bem?

Por Bárbara Souza
O consórcio tem ganhado espaço no Brasil como alternativa ao financiamento tradicional, especialmente para quem planeja a compra de carros, imóveis ou até mesmo serviços. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que, em 2023, o setor movimentou R$ 135 bilhões, com crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Mas, afinal, quais as vantagens e desvantagens desse modelo em comparação ao financiamento?
De acordo Paulo Avelar, especialista do setor e franqueado de uma seguradora, “a não aplicação de taxas de juros torna o consórcio mais atrativo que o financiamento, mormente no valor mensal de contribuição”. Enquanto um financiamento tradicional cobra juros que podem variar de 0,99% a 3% ao mês (dependendo do banco e do perfil do cliente), no consórcio, o valor final do bem só sofre ajustes pela inflação e taxa de administração.
Por outro lado, o financiamento oferece agilidade: “O financiamento tem como atrativo a oportunidade de ‘levar’ o bem escolhido ‘na hora’, o ‘comprou levou’, enquanto o consórcio é planejamento em adquirir o bem a médio ou longo prazo”.
Inadimplência: Consórcio oferece mais flexibilidade
Um dos maiores medos de quem contrai uma dívida é a perda do bem em caso de dificuldades financeiras. Nesse aspecto, o consórcio se mostra mais vantajoso. “No financiamento, ‘deixou de pagar, perde o bem e a penalidade da inclusão aos quadros restritivos de crédito é imediato’. Já no consórcio, havendo dificuldade, a negociação com a administradora é mais fácil”, explica o entrevistado.
Além disso, em caso de desistência, “os valores pagos serão devolvidos corrigidos, sendo descontado somente as taxas de administração”. Dados do Banco Central mostram que a taxa de inadimplência em financiamentos imobiliários chegou a 3,1% em 2023, enquanto nos consórcios esse número é menor, devido à possibilidade de readequação de prazos.
Seguros: roteção, mas com cuidado
Tanto consórcios quanto financiamentos costumam incluir seguros embutidos. O especialista alerta: “Tem que se tomar muito cuidado com o seguro embutido. Não pode ser equiparado à chamada ‘venda casada'”. No entanto, ele destaca que essa proteção é importante, “pois, em caso de imprevistos, garante o pagamento das parcelas restantes ou o recebimento do crédito”.
Custo Total e Flexibilidade: consórcio sai na frente
Para quem busca o menor custo final, “o consórcio sempre será mais vantajoso que o financiamento”, afirma o entrevistado. “Não existe taxa de juros no seu parcelamento. Isso diminui drasticamente o valor mensal”. Além disso, os prazos são mais extensos – “podemos ter consórcios de até 116 meses para automóveis”, o que torna as parcelas mais acessíveis, especialmente para as classes C e D, que representam quase 40% do público de consórcios, segundo a ABAC.
Outro diferencial é a variedade de produtos oferecidos: “Desde implantes capilares, implantes dentários, casamentos, viagens, até autos e imóveis, ou o que a sua imaginação possa alcançar”.
Conclusão: planejamento é chave
Enquanto o financiamento é ideal para quem precisa do bem imediatamente e pode arcar com juros, o consórcio se destaca como opção de menor custo e maior flexibilidade, porém exigindo planejamento a longo prazo. A escolha depende, portanto, do perfil e das prioridades de cada consumidor.
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