Bolsas da Europa corrigem euforia e caem, com sinais de BCs na região mais cautelosos que Fed
Por André Marinho – Estadão Conteúdo
Os mercados acionários da Europa corrigem a euforia da véspera e operam em baixa nesta manhã, em meio a sinais de que os bancos centrais na região serão mais cauteloso que o Federal Reserve (Fed) no processo de relaxamento monetário.
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,64%, a 518,34 pontos.
A onda de otimismo que se espalhou pelas mesas de operações globais ontem perde força nesta sexta-feira. Investidores ainda estão confiantes de que o Fed aliviará os juros rapidamente ao longo dos próximos meses, após abrir o ciclo com um corte de meio ponto porcentual na última quarta-feira.
No entanto, agora há indícios de que nem todos os bancos centrais do mundo estão em posição para seguir o ritmo do americano. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, evitou assegurar novos ajustes nos próximos encontros e disse que todas as opções serão consideradas. “Estamos completamente comprometidos com nosso mandato e a abordagem dependente de dados”, disse ao jornal Expresso.
No Reino Unido, a dirigente do Banco da Inglaterra (BoE) Catherine Mann defendeu uma estratégia de manutenção da política restritiva por mais tempo, para cortar mais agressivamente depois. Mais cedo, as vendas no varejo britânico mostraram alta de 1% em agosto ante julho.
Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) teve deflação de 0,8% na comparação anual do mês passado Mais tarde, indicador de confiança do consumidor na zona do euro e comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, estarão na agenda do dia.
Tudo somado, a Bolsa de Frankfurt caía 0,97% no horário citado acima, um dia após renovar recorde histórico. Mercedes-Benz Group recuava 6,98%, após a montadora cortar projeções de margens de lucros, em meio a dificuldades na China. Na esteira, Porsche cedia 2,92% e BMW perdia 3,09%.
Em Londres, Burberry caía 4,76% e puxava o FTSE 100 para baixo (-0,83%), depois que o Jefferies rebaixou a recomendação do papel de “manter” para “underperform” (equivalente a “venda”. Entre as demais praças, Paris cedia 0,87%, Lisboa baixava 0,19% e Milão diminuía 0,69%. No câmbio, euro oscilava perto da estabilidade em US$ 1,1161 e a libra avançava a US$ 1,3296, tendo atingido maior nível desde março de 2022 na máxima do dia.
Foto: Pexels
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