Banco chega a zerar taxa para atrair investidor na oferta da Eletrobras

Banco chega a zerar taxa para atrair investidor na oferta da Eletrobras

A oferta de ações da Eletrobras, no âmbito do processo de privatização da empresa de energia elétrica, deve movimentar um volume de até R$ 35 bilhões, dos quais aproximadamente R$ 6 bilhões serão reservados para investidores do varejo que queiram alocar parte dos recursos mantidos no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na operação.

Já há no mercado mais de 20 fundos estruturados por bancos e corretoras para receberem os recursos dos investidores interessados em destinar parte dos recursos do FGTS na oferta de ações da companhia.
São dois modelos diferentes de produtos ofertados aos investidores: os FMP (Fundos Mútuos de Privatização) FGTS Eletrobras, para aqueles que quiserem aderir ao processo, e os FMP FGTS Migração, destinados àqueles que querem migrar os recursos alocados nos fundos criados no início dos anos 2000 com ações da Petrobras e da Vale.

“Como as carteiras dos fundos serão iguais, compostas basicamente por 95% de ações ordinárias da Eletrobras, com o restante em títulos públicos de curta duração, a taxa de administração cobrada por cada instituição será a grande responsável por diferenciar o retorno final obtido pelo investidor”, explica Paula Sauer, professora de Economia da ESPM e planejadora financeira CFP.

A concorrência no mercado para atrair o dinheiro dos trabalhadores interessados em participar da oferta tem feito com que muitas casas venham reduzindo nos últimos dias as taxas de administração cobradas pelos produtos.

Taxas de administração vão de zero até 0,8% ao ano O caso mais emblemático é o do Banco Daycoval, que estruturou inicialmente o fundo Daycoval Eletrobras FMP FGTS com uma taxa de administração de 1,5% ao ano, mas optou por levar a taxa para zero nesta semana.

“Estamos com expectativas bem positivas em relação à adesão de investidores a esse fundo e a opção por manter a taxa zero de administração é focar nos negócios com nossos clientes, repassando, nesta oferta, todo o ganho da privatização da Eletrobras para eles”, disse Roberto Kropp, diretor da Daycoval Asset Management, em nota.

Há também casos como da XP, que baixou de 0,50% para 0,20% as taxas cobradas pelos fundos XP Eletrobras FMP FGTS e XP Migração Eletrobras FMP FGTS, enquanto o Safra reduziu de 0,50% para 0,15% a cobrança do Safra Eletrobras FMP FGTS.

Já o BB (Banco do Brasil) e o BNB (Banco do Nordeste) reduziram as taxas de 0,50% e 0,45%, respectivamente, para 0,20% ao ano.

Confira a seguir a relação dos fundos estruturados para receberem aportes dos trabalhadores com recursos do FGTS e as taxas de administração, com dados atualizados até 1º de junho.

Investidor deve selecionar administradora de sua preferência a partir de sexta-feira (3) Segundo manual da Caixa Econômica Federal, o trabalhador que optar por usar dinheiro do FGTS deverá escolher uma administradora para aplicar o recurso. Neste caso, a empresa fará a intermediação da operação e precisará ter acesso a informações cadastrais e financeiras da conta vinculada ao fundo, relativas a valores disponíveis para aplicação.

Pelo aplicativo FGTS, o trabalhador poderá consultar o saldo disponível para aplicação, autorizar a administradora a consultar o saldo e pedir a reserva/débito de parte do saldo da sua conta FGTS para aplicação em Fundo Mútuo de Privatização.

A Eletrobras começa na próxima sexta-feira (3) o processo para a venda de suas ações. Os trabalhadores poderão usar o dinheiro do FGTS para investir em papéis da estatal, fazendo a reserva entre os dias 3 e 8 de junho.

O trabalhador terá reservado um valor mínimo de R$ 5.000 para usar seu FGTS, segundo o comunicado divulgado pela Eletrobras na sexta-feira (27). O limite é de R$ 50 mil e será permitido usar até 50% do saldo no fundo.

(Lucas Bombana – Folhapress /Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Compartilhe nas suas redes sociais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *