Bahia de olho no mercado de urânio com a retomada do programa nuclear brasileiro
Por Estadão
Estado abriga a única mina em produção no Brasil, localizada na região de Caetité, Lagoa Real é a principal fonte de urânio, responsável por abastecer as usinas de Angra (RJ).
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral e Mineração (CBPM) está de olho no potencial do mercado de urânio para o estado. A Bahia abriga a única mina em produção no Brasil, localizada na região de Caetité. Lagoa Real é a principal fonte de urânio, responsável por abastecer as usinas de Angra (RJ).
A mina está numa província geológica e é explorada pela INB, na Unidade de Concentrado de Urânio (URA). A INB busca expandir as reservas de Lagoa Real, licenciando novas frentes de exploração na região, para garantir ao país a autossuficiência em urânio e reduzir custos de produção.
Manoel Barreto, diretor da CBPM esteve no seminário realizado em Brasília no dia 5 de dezembro, que abordou os desafios e as perspectivas para a mineração de urânio no Brasil. Barreto destacou que o momento é ideal para debater questões regulatórias e oportunidades que mercado de urânio oferece. Ele elogiou a iniciativa do governo federal, que deve anunciar em breve a retomada do programa nuclear brasileiro.
O executivo da CBPM acredita que a Bahia pode atrair empresas interessadas em investir na pesquisa de urânio no estado, que tem potencial para descoberta de novas jazidas A CBPM pretende aproveitar as novas regulamentações do governo que visam permitir maior participação privada no setor, por meio de parcerias público-privadas para impulsionar investimentos na Bahia ligados à minerais de transição energética como o urânio.
O seminário incluiu debates sobre o papel da INB, desafios legais para flexibilizar o monopólio estatal, e o impacto dos minerais nucleares na transição energética global. A INB apresentou o projeto Santa Quitéria, como exemplo parceria público privada que pode impulsionar setores de mineração e nuclear.
O Encontro promovido pela Comissão de Direito Minerário da OAB-DF e a Agência Minera Brasil contou com a participação de autoridades, especialistas do setor nuclear e de mineração, além de representantes de empresas e instituições públicas.
Foto: Eletrobras/divulgação
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