Arrecadação federal sobe 7,25% e bate recorde em agosto
A Receita Federal registrou uma arrecadação de R$ 146,5 bilhões em agosto, um recorde para o mês, já considerando números atualizados pela inflação. O resultado representa um crescimento real de 7,25% na comparação com agosto do ano passado.
Em relação ao mesmo período de 2019, quando não houve impacto da pandemia, os dados de agosto de 2021 registraram alta real de quase 9%. O balanço foi divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (23).
No acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação de impostos somou R$ 1,199 trilhão. Isso significa uma alta real de 23,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, e também recorde na série histórica iniciada em 1995.
Apesar do dado positivo, o crescimento da arrecadação perdeu força. A alta das receitas foi de 67% acima da inflação em maio, 46% em junho e 30% em julho, indo a 6% em agosto.
De acordo com a Receita, o dado do mês passado deve ser celebrado porque a base de comparação é agosto de 2020, período em que houve reabertura das empresas e retomada da atividade após arrefecimento da primeira onda da pandemia do coronavírus. O patamar deste ano também é mais alto que o de 2019.
Nos últimos meses, a arrecadação federal tem apresentado desempenho acima do esperado inicialmente pelo governo para 2021.
Na avaliação da Receita, o resultado reflete a retomada da atividade econômica. Houve variação positiva na produção industrial e na venda de bens e serviços no período.
“A arrecadação tributária tem surpreendido positivamente. Os valores arrecadados em cada mês têm sido superiores às diversas previsões feitas de forma recorrente. Esse desempenho comprova que a trajetória da arrecadação é sustentável e tem um importante componente estrutural”, disse o secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto.
Em agosto, houve uma alta real de 42% na arrecadação de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Houve um aumento de R$ 7,6 bilhões nessa conta, na comparação com agosto de 2020, mas R$ 5 bilhões são considerados arrecadação extraordinária.
Houve ainda um ganho de 343% em IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas esse ganho é distorcido porque no ano passado o governo reduziu esse tributo provisoriamente para aliviar a economia durante a crise sanitária do coronavírus. (BERNARDO CARAM
BRASÍLIA, DF – FOLHAPRESS. Foto: Gabriel/Gabriel Cabral/Folhapress)