Aniversário do Pix: Como evitar uma festa surpresa na sua conta
Artigo por Danilo Roque, sócio da área de Tecnologia, Inovação e Proteção de Dados do FAS Advogados, especializado em Inovação, Tecnologia e Proteção de Dados
Em meio à celebração do terceiro aniversário do PIX, a sombra da fraude (infelizmente comum) paira sobre as transações utilizando a inovadora ferramenta lançada pelo Banco Central.
O empenho de criminosos na tentativa de enganar os usuários e se apropriar das contas bancárias não é exatamente novo. Quem nunca ouviu falar no golpe do motoboy que busca o cartão do cliente na residência por um problema de segurança, por exemplo? Ou do e-mail que parece ser uma mensagem real do banco pedindo para clicar em um link para atualizar os dados cadastrais? Ou o SMS com um link para trocar a senha da conta bancária? Todas essas práticas, conhecidas como “engenharia sociais” não são novas (na verdade os golpes existem muito antes das tecnologias.
Falamos, agora, de uma evolução do temido “Golpe da Mão Fantasma”, que vem comprometendo a segurança dos usuários.
A novidade é que agora temos também criminosos utilizando a tecnologia como uma ferramenta adicional na tentativa de alcançar os bens da vítima, um a evolução do Golpe da Mão Fantasma. Essa nova modalidade de fraude é se utiliza de técnicas automatizada de transferências (ATS – Automated Transfer System) por meio das quais que os criminosos, habilmente, utilizam arquivos maliciosos (os malwares, popularmente conhecidos como “vírus”) disfarçados de aplicativos legítimos para infectar dispositivos dos usuários.
Após a infecção, o malware entra em ação durante as transferências PIX, bloqueando temporariamente a tela do celular e alterando automaticamente o destinatário do dinheiro. Essa ação, realizada de forma rápida e automatizada, representa um desafio significativo para a segurança das transações financeiras, tornando-se uma ameaça real para os usuários do PIX.
Como essa “contaminação” dos dispositivos não ocorre sozinha, mas depende de uma ação do usuário que baixa e instala o aplicativo malicioso, é o usuário também que tem o maior poder para se prevenir. Preparamos algumas dicas de como você pode se precaver:
Confirme a origem dos Aplicativos: Utilize apenas aplicativos provenientes de lojas oficiais (Google Play Store ou Apple App Store, por exemplo). Antes de baixar e instalar um aplicativo, verifique se os desenvolvedores são legítimos e confiáveis (as avaliações de outros usuários costumam ajudar nesse passo).
Controle de Permissões: Leia com atenção cada solicitação de autorização e evite conceder autorizações desnecessárias. São justamente essas permissões que frequentemente são exploradas pelos malwares para comprometer a segurança do dispositivo.
Atualização constante: Mantenha seu sistema operacional e aplicativos sempre atualizados para garantir as últimas correções de segurança. Esteja ciente das práticas seguras ao lidar com transações financeiras online.
Confirme os dados da transação: Antes de concluir sua transferência, fique atento aos dados da transação, principalmente o destinatário e o valor sendo transferido. Em caso de qualquer divergência, não a finalize.
Esteja sempre alerta: Monitore regularmente suas transações bancárias para identificar atividades suspeitas. Se notar algo fora do comum, entre imediatamente em contato com sua instituição financeira.
A sociedade está evoluindo, as tecnologias têm alcançado patamares nunca vistos. Mas, infelizmente, os criminosos também acabam acompanhando as tendências, atualizando e adaptando seus modos de atuação. Hoje, mais do que nunca, temos tudo à nossa mão, literalmente na ponta dos nossos dedos, algo que facilita imensamente a execução de atividades cotidianas (como transferências bancárias), mas, consequentemente, potencialmente coloca o usuário em mais cenários de riscos.
E, por mais que as plataformas busquem melhorar seus processos e ferramentas ou as instituições financeiras trabalhem na ampliação da segurança, você, usuário, é a primeira linha de defesa da sua segurança e você, mais do que ninguém, é quem mais pode colaborar na sua proteção contra fraudes, contribuindo para um ambiente mais seguro e confiável nas transações financeiras via PIX.
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