Ao menos 16 são presos em operação para apurar morte dos meninos de Belford Roxo

A Polícia Civil do Rio desencadeou uma operação para prender suspeitos de envolvimento na morte de três meninos que desapareceram no fim de 2020 na comunidade do Castelar, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Ao todo, 16 pessoas foram presas. Outros 15 alvos já estavam detidos.
A ação policial, iniciada na manhã desta quinta-feira, contou com 250 agentes e visa cumprir 56 mandados de prisão em dois inquéritos, um conduzido pela DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense).
Inicialmente, a assessoria da Polícia Civil informou que o número de presos nesta quinta chegava a 18. Depois, em entrevista à imprensa, o delegado responsável pela operação disse que o saldo era de 16, além dos 15 suspeitos que já se encontram no sistema prisional.
Segundo os investigadores, Lucas Matheus da Silva, 9, seu primo Alexandre da Silva, 11, e o amigo deles Fernando Henrique Soares, 12, foram mortos por terem roubado passarinhos de traficantes da comunidade.
​De acordo com a corporação, o mandante da morte das crianças teria sido Wiler Castro da Silva, o Estala, que teria chefiado uma espécie de tribunal do crime que determinou o assassinato dos meninos após eles terem supostamente roubado as aves.
Após o desaparecimento, que despertou a atenção da mídia e da polícia, Estala foi chamado ao Complexo da Penha, na zona norte carioca, e morto com autorização da cúpula do Comando Vermelho de dentro de um presídio, dizem os investigadores.
As mães dos meninos têm mostrado descrédito em relação à hipótese da polícia e suspeitam da milícia que atua na região. Elas afirmam que seus filhos não roubariam passarinhos. Também criticam a lentidão na resolução do caso e alegam que a polícia demorou a agir no início.
No mês passado, a Polícia Civil prendeu um homem apontado como suspeito de ser um dos chefes do tráfico de drogas do Castelar. Ele é acusado de mandar torturar, em janeiro, um morador falsamente apontado como responsável pelo sumiço das crianças.
Ele teria ordenado que traficantes e usuários de drogas levassem a vítima até a delegacia para que ela confessasse o crime. A participação desse vizinho, porém, depois foi descartada pela polícia.
DESAPARECIMENTO
Lucas, Alexandre e Fernando saíram de casa em 27 de dezembro do ano passado para brincar em um campo de futebol próximo, na comunidade de Castelar, mas não voltaram mais. Eles foram filmados pela última vez às 13h39 daquele dia, andando em direção à feira de Areia Branca.
As crianças foram reconhecidas nas imagens no início de março, após limpeza e análise feitas pelo Ministério Público estadual com um programa sofisticado. Os policiais já haviam colhido gravações de dezenas de câmeras, mas como a qualidade estava ruim não haviam identificado os meninos.
No fim de julho, fragmentos de ossos foram encontrados pela Polícia Civil em um rio que corta a região. Num primeiro momento, pensou-se que poderiam ser de dedos. Poucos dias depois, porém, uma perícia apontou que a ossada era de origem animal.(Folhapress)

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